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Estudantes e concurseiros fazem uso de medicamento para ajudar nos estudos e provas

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Estudantes e concurseiros fazem uso de medicamento para ajudar nos estudos e provas

O cloridrato de metilfenidato, comercialmente conhecido como Ritalina® (Novartis Biociências) ou Concerta® (Janssen Cilag), já foi tema de debate em meus artigos no ano de 2012. Contudo, com o cenário de vários concursos em andamento, as "pílulas da inteligência" ainda continuam em alta, e é comum vermos relatos, nas redes sociais, fóruns e blogs, do seu uso para "turbinar" o cérebro. Indicada normalmente para tratar o déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), e com venda restrita por necessitar da retenção da receita médica, a Ritalina® foi um dos medicamentos mais apreendidos em operações da Polícia Federal que coíbem a venda ilegal de medicamentos, em 2012 e 2013. Pela Internet é possível comprar facilmente o medicamento, a preços que variam de R$ 15,00 a R$ 200,00. A dose usual de um comprimido de 10mg por dia é indicada no tratamento do TDAH, contudo, os concurseiros indicam que o efeito "turbina" só funciona com duas a três cápsulas de uma só vez, aumentando o risco de desenvolver efeitos indesejados. Tais efeitos podem proporcionar convulsões, taquicardia, dificuldade para respirar, confusão mental, espasmos musculares, queda de cabelo, ataque de ansiedade e pânico, dores de cabeça e estômago, assim como também a insônia. Unifesp derruba mito da Ritalina®A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizou uma pesquisa com 36 jovens saudáveis de 18 a 30 anos. Eles foram divididos aleatoriamente em quatro grupos: um deles tomou placebo (comprimido sem efeito) e os outros três receberam uma dose única de 10 mg, 20 mg ou 40 mg da medicação. Depois de tomarem a pílula, os participantes foram submetidos a uma série de testes que avaliaram atenção, memória operacional e de longo prazo e funções executivas. O resultado apontou que o desempenho foi igual nos quatro grupos, ou seja, a Ritalina® não alterou a função cognitiva ou desempenho de nenhum dos participantes. A única diferença foi no grupo de 40mg (quatro comprimidos) que relatou uma sensação subjetiva de bem-estar, mas nada relacionado ao efeito de "cérebro turbinado". A pessoa consegue estudar a noite inteira por causa da insônia, um dos efeitos colaterais do medicamento, mas não por melhoria da concentração e memória. Além disso, o fato de passar a noite inteira estudando não significa dizer que o estudante ira assimilar todo o conteúdo, haja vista que o cérebro também tem um limite para aprendizado e precisa de descanso. Jeferson Machado Santos.CRF-SE: 658. Farmacêutico pela Universidade Federal de Sergipe - UFS.Habilitação em Bioquímica Clínica pela Universidade Federal de Sergipe - UFS.Especialista em Administração de Empresas pela FIJ-RJ.Especialista em Farmacologia e Interações Medicamentosas pela Uninter-IBPEX.

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