Delegado Alison Lial detalha Operação Underground, que tem como objetivo combater o comércio ilegal de armas
A operação foi deflagrada em 7 cidades, sendo 6 no estado de Sergipe – Aracaju, Itabaiana, Ribeirópolis, Aparecida, Canindé de São Francisco e Areia Branca – e 1 cidade baiana, Ibotirama
![Delegado Alison Lial detalha Operação Underground, que tem como objetivo combater o comércio ilegal de armas](https://api.itnet.com.br/uploads/small_Captura_de_Tela_204_87102a9f70.png)
Na manhã desta quinta-feira (11), foi deflagrada a Operação Underground, com o objetivo de combater o comercial ilegal de armas de fogo, munição e acessórios. O delegado Alison Lial, responsável pelo caso, detalhou a investigação.
“Ela teve início na cidade de Itabaiana, onde, através da prisão de um homem identificado como Tiago Santos Silva, foi apreendido um aparelho celular. A partir da análise desse telefone e com outros elementos de investigação, foi descortinado os personagens e o modos operandi da organização criminosa”, disse Lial.
De acordo com o delegado, diversas pessoas foram e estão sendo investigadas. No primeiro momento, com os primeiros relatórios técnicos que foram enviados à Polícia pela equipe de Inteligência Policial do Dipol, os agentes apresentaram pela prisão preventiva de 7 pessoas e pela expedição de 14 mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos em cerca de 35 endereços diferentes. As prisões foram deferidas pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Itabaiana.
Leia mais:
A operação foi deflagrada em 7 cidades, sendo 6 no estado de Sergipe – Aracaju, Itabaiana, Ribeirópolis, Aparecida, Canindé de São Francisco e Areia Branca – e 1 cidade baiana, Ibotirama, onde foi localizado um dos alvos da operação, o líder da organização criminosa, Wilton Nogueira Boy. Após o anúncio da presença das equipes, o suspeito reagiu contra as forças policiais e veio a óbito.
Ainda segundo Alison Lial, os investigados arregimentavam pessoas através do WhatsApp, servidores públicos e também políticos, no sentido de garantir um lucro maior com a venda desses armamentos.
“Essas pessoas circulam em diversas camadas da sociedade e através delas, dos anúncios que eram feitos por essas pessoas interpostas, o líder da organização criminosa cedia ou comprava armamentos e havia negociação de preço através do WhatsApp, com troca de mensagens, de fotografias, de comprovantes de depósito via Pix, inclusive partindo da titularidade dos adquirentes direto para a titularidade do vendedor principal, Wilton Nogueira, ou da sua pessoa interposta, Tiago Santos Silva”, detalhou o delegado.
A Polícia identificou essas pessoas que figuram como adquirentes das armas de fogo. Elas, nesse primeiro momento, foram objeto de busca e apreensão. Foram identificadas também pessoas que integravam a organização criminosa, como é o exemplo de um Policial Militar que foi preso, Wilton, Tiago, o irmão do Tiago, Gustavo Lenon e alguns outros indivíduos que, conforme as investigações, conclui-se que integravam a organização criminosa e realizavam o comércio ilegal de arma de fogo, munição e acessórios.
Na operação, diversas armas de fogo foram apreendidas, mas ainda não foi divulgado o número exato. Além disso, durante as apurações, foi descoberta a comercialização de armas de grosso calibre, a exemplo de um fuzil, que foi encomendado para alimentar assaltantes de bancos. Segundo Lial, o caso já está sendo investigado.
O delegado ainda esclareceu que não foi comprovado se os suspeitos utilizavam da violência, mas que a comercialização é crime. “Eles alimentavam o crime, ou seja, abasteciam o crime no estado de Sergipe, Alagoas, Bahia com armas de fogo, que são utilizadas contra a sociedade. É um crime contra a paz pública, está disciplinado na Lei 10826 e o estado tem sim que combater com todas as armas. Foi feito isso hoje, através de uma operação conjunta”, comentou.
A Operação Underground foi presidida pelo Centro de Operações Policiais Especiais e contou com o apoio operacional da Coordenadoria de Operações Especiais do Estado da Bahia, Polícia Civil da Bahia, Comando de Operações Especiais da Bahia, do Batalhão de Caatinga de Sergipe, diversas delegacias, unidades regionais de Itabaiana e de Lagarto, Coordenadoria de Polícia Civil do Interior, do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio de Aracaju, da Divisão de Inteligência e do Grupamento Tático Aéreo.
Por fim, sobre o parlamentar suspeito, o delegado disse que ele figura na investigação com adquirente, negociante, mas que ainda é muito cedo para afirmar se ele integrava a organização criminosa. “Até o momento, somos firmes que ele adquiriu uma arma de fogo e munições e pôs a venda uma pistola. Ele realizou o pagamento através do Pix da conta de titularidade de um parente muito próximo dele para a conta de titularidade do líder da organização”, finalizou.
Assista o vídeo completo do delegado Alison Lial:
O Grupo Itnet reforça o compromisso com o jornalismo regional, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Siga a Itnet no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.