Professores da rede estadual fazem paralisação para cobrar retomada do triênio

Nesta segunda-feira, 13, professores da rede estadual de ensino de Sergipe realizam uma paralisação de alerta para cobrar do Governo do Estado uma resposta concreta sobre a retomada do triênio — gratificação por tempo de serviço prevista na política de valorização do magistério.

A mobilização, organizada pelo Sintese (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica de Sergipe), começou logo nas primeiras horas da manhã, com panfletagens em terminais de integração da Grande Aracaju, como DIA, Mercado, Rodoviária Nova, Maracaju, UFS e Marcos Freire. De acordo com o sindicato, a ação teve como objetivo dialogar com a população e esclarecer os motivos da paralisação. 

“A panfletagem tem esse papel de conversar com a sociedade, explicar o porquê da paralisação e mostrar que os professores estão em busca de diálogo e respeito às negociações já iniciadas. O governo precisa retomar o processo e assumir o comando dessa conversa”, afirmou o presidente do Sintese, Roberto Silva, durante a manifestação.

Após as panfletagens, os professores se concentraram em frente à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), no bairro Jardins, e seguiram em caminhada até o Palácio de Despachos, sede do Governo de Sergipe. A categoria espera uma sinalização clara de abertura para negociação por parte do Executivo estadual.

Segundo o presidente do sindicato, a paralisação ocorre porque o governo elaborou uma proposta de recomposição salarial para o magistério, mas o conteúdo não foi oficialmente apresentado à categoria. 

“O que soubemos é que houve discordâncias internas dentro do próprio governo, especialmente entre secretarias, o que acabou travando o processo. Se há divergências dentro da gestão, cabe ao governador resolvê-las. O magistério não pode ser penalizado por isso”, pontuou Roberto.

Ele relembrou ainda que em agosto foi apresentada uma proposta de reajuste, mas o valor previsto para o triênio — apenas R$ 7,22 — foi considerado insuficiente pela categoria e rejeitado em assembleia. Em resposta, o Sintese elaborou uma nova proposta, que prevê a retomada gradual da gratificação em até três anos, respeitando o teto de R$ 70 milhões anuais, informado previamente pelo governo. 

“Construímos uma proposta viável, dentro do limite que o governo disse ter, e ainda assim ela não foi apresentada oficialmente. Queremos apenas que o Estado apresente sua posição e permita o avanço das negociações. Nossa paralisação é um alerta, um chamado ao diálogo”, reforçou o presidente do sindicato.

Liminar determina suspensão da paralisação

Apesar da mobilização, o Governo de Sergipe informou, por meio de nota oficial, que o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) concedeu liminar à Procuradoria Geral do Estado (PGE), determinando a suspensão da paralisação programada pelo Sintese para esta segunda-feira, 13. “A gestão estadual tem priorizado demandas de todas as categorias, reconhecendo a importância e cumprido todos os acordos celebrados. Um deles é com os profissionais do magistério, cujo diálogo é mantido e fortalecido desde 2023, seguido ininterruptamente no ano de 2025”, diz o comunicado.

Ainda segundo a nota, todas as escolas estaduais permaneceram abertas e funcionando normalmente, com manutenção da alimentação escolar, transporte, monitoria e conteúdo. O governo também reiterou que o diálogo com o Sintese está ativo: “Nesses 34 meses de gestão, diversas ações já foram implementadas para atender reivindicações históricas da categoria do magistério, a exemplo da retomada da carreira congelada por 16 anos, investimentos na valorização dos servidores públicos, melhorias estruturais na rede estadual de ensino, entre muitas outras”, afirmou o Governo do Estado.

O Sintese, por sua vez, reforça que a paralisação é um ato de alerta, e não de confronto, e que a categoria permanece mobilizada, aguardando uma reunião com o governador Fábio Mitidieri (PSD) para destravar o processo de negociação.