Retomada da Fafen em Sergipe promete 1.400 empregos e novo fôlego à indústria de fertilizantes

Depois de anos de incertezas, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), localizada em Laranjeiras, Sergipe, vai voltar a operar. A Petrobras assinou contrato com a empresa Engeman, que assume a operação da planta com a missão de colocar a unidade em funcionamento até o final de 2025. A reativação da fábrica traz uma expectativa concreta: a geração de 1.400 empregos diretos e indiretos, sendo 338 vagas já disponibilizadas por meio do portal GO Sergipe.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (18), durante encontro entre o governador Fábio Mitidieri e representantes da Engeman. A reunião detalhou os próximos passos para a retomada da produção de fertilizantes — como amônia, ureia e CO₂ — e marcou o início do trabalho de mobilização e manutenção da planta.
Empregos em várias áreas e níveis de escolaridade
As vagas abertas contemplam diferentes perfis profissionais. Entre os cargos disponíveis estão funções para quem tem ensino fundamental, como auxiliar de serviços gerais, pintor industrial e encanador, até postos mais técnicos, como técnico em edificações, técnico em segurança do trabalho e uma vaga para enfermeiro do trabalho.
Segundo o secretário da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), Jorge Teles, o foco é priorizar a mão de obra local:
“A Fafen representa toda uma cadeia produtiva que está sendo retomada em Sergipe, gerando empregos diretos e indiretos. Temos a perspectiva de contratar 338 trabalhadores, com prioridade para sergipanos. Estamos atuando neste sentido, ofertando os trabalhadores com a qualificação que eles precisam. Caso não tenham, o governo já assumiu o compromisso de formar profissionais na região, em áreas primordiais à empresa, garantindo que o emprego fique aqui.”
As vagas estão sendo intermediadas pela plataforma GO Sergipe, vinculada ao Núcleo de Apoio ao Trabalhador (NAT).
Relevância nacional e retomada estratégica
A reativação da Fafen ocorre em um momento em que o Brasil busca reduzir a dependência de fertilizantes importados, diante de instabilidades globais. O governador Fábio Mitidieri destacou a importância estratégica da unidade:
“A questão dos fertilizantes é de segurança nacional e o Brasil não pode abrir mão disso, até porque somos essencialmente um país agrícola e precisamos da Fafen forte. Essa retomada é fundamental para o país, mas especialmente para a população sergipana. O Governo do Estado fará aquilo que for possível e necessário para que possamos ter uma parceria duradoura e que venham para ficar de vez.”
Mitidieri também relembrou a trajetória da fábrica em Sergipe:
“A Fafen está desde 1980 fazendo parte da história de Sergipe, gerando emprego, renda e oportunidades. Grandes obras foram realizadas no estado através da Fafen. Vivenciamos um momento difícil com a sua hibernação, depois a retomada da empresa com a Unigel, até a sua saída, e agora chegamos neste novo momento. Temos a expectativa de que seja uma solução definitiva.”
Produção industrial e apoio do Estado
Com capacidade instalada para produzir até 1,8 mil toneladas de ureia por dia, a planta também poderá comercializar amônia, gás carbônico e sulfato de amônio. A expectativa é que a reativação ajude a fortalecer a cadeia produtiva de fertilizantes no estado e no país.
O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), tem articulado ações para garantir a viabilidade da operação, como apoio na renovação de licenças ambientais, contratos de fornecimento de água, uso de gás natural e adesão ao Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), que oferece incentivos fiscais.
Novo contrato, nova fase
A planta estava arrendada à iniciativa privada desde 2020, mas teve suas atividades encerradas em março de 2024, quando a Unigel alegou inviabilidade econômica. A partir disso, a Petrobras iniciou novo processo licitatório, que recebeu seis propostas. A empresa Engeman foi a vencedora, com contrato estimado em R$ 976 milhões.
Pelo acordo, a Engeman será responsável pela operação e manutenção da unidade, enquanto a Petrobras permanece com a parte comercial. Fundada em 1983, a Engeman tem histórico de atuação em serviços industriais no Brasil e no exterior, sendo reconhecida por sua expertise em contratos de grande porte.
Com informações da ASN
O Grupo Itnet reforça o compromisso com o jornalismo regional, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Siga a Itnet no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.