Sergipe recebe 16 doses de antídoto contra intoxicação por metanol

O Ministério da Saúde concluiu a primeira distribuição nacional do fomepizol, um antídoto utilizado no tratamento de intoxicações por metanol — substância tóxica comumente presente em bebidas alcoólicas adulteradas. Ao todo, foram adquiridas 2,5 mil unidades do medicamento, sendo que 1.000 delas permanecem em estoque estratégico da pasta, enquanto as demais foram enviadas aos estados e ao Distrito Federal.

Sergipe recebeu 16 ampolas do remédio, mesmo sem registrar, até o momento, casos suspeitos de intoxicação. A entrega faz parte de uma estratégia preventiva que considera critérios populacionais definidos pelo último Censo do IBGE, com o objetivo de garantir equidade e agilidade nas respostas a emergências toxicológicas.

Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, o fomepizol é uma opção complementar ao etanol farmacêutico — tratamento já disponível no país. “O objetivo é que todos os estados tenham à disposição tanto o etanol quanto o fomepizol”, explicou.

A aquisição do medicamento é inédita no Brasil e foi viabilizada apenas oito dias após o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acionar o Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O fornecimento foi feito por uma subsidiária de uma empresa japonesa, dado que o fomepizol é raro no mercado internacional, com produção restrita e custo elevado.

O antídoto age impedindo que o metanol seja metabolizado em ácido fórmico, substância altamente tóxica que pode causar complicações graves, como acidose metabólica — condição potencialmente fatal.

Até o dia 13 de outubro, o país havia registrado 213 notificações de intoxicação por metanol. Dessas, 32 foram confirmadas e 181 ainda estão em investigação. São Paulo é o único estado com mortes registradas: cinco óbitos já foram oficialmente confirmados.