Com 42 casos de obesidade grave, Ipesaúde reforça cuidados na infância
O combate à obesidade infantil é uma pauta de saúde pública que exige atenção constante. Em Sergipe, esse cuidado já faz parte da rotina do Centro de Endocrinologia e Diabetes Luciano Barreto Júnior, vinculado ao Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde), que acompanha de perto crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. A reflexão sobre o tema ganha ainda mais destaque com o Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil, celebrado na última terça-feira (3).
Atualmente, 275 crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade são acompanhados pela equipe multiprofissional do centro. Desse total, 79 estão com sobrepeso, 154 com obesidade e 42 com obesidade grave. O atendimento é humanizado e realizado por endocrinologista, nutricionista e psicólogo, com foco no diagnóstico precoce e no tratamento de distúrbios hormonais, metabólicos e emocionais.
Fatores vão além da alimentação
A endocrinologista pediátrica Darina Mendonça explica que a obesidade infantil tem causas multifatoriais, que incluem fatores genéticos, mas principalmente hábitos familiares inadequados, como alimentação baseada em ultraprocessados e sedentarismo. “Vemos que muitos pais obesos têm filhos com o mesmo quadro, o que reforça a influência do ambiente doméstico e do estilo de vida”, aponta.
Ela destaca que o excesso de peso na infância não afeta apenas a aparência. “A obesidade pode alterar exames, como colesterol e glicemia, e aumentar o risco de síndrome metabólica. Por isso, é importante acompanhar com atenção cada caso.”
O diagnóstico é feito com base no Índice de Massa Corporal (IMC) e, a partir dele, é traçado um plano de tratamento que envolve a participação ativa da família e, sempre que possível, da escola.
Educação alimentar desde cedo
A nutricionista materno-infantil Rebecca Pontes reforça que o tratamento da obesidade infantil depende da reeducação alimentar e do fortalecimento de hábitos saudáveis desde a infância. “O consumo frequente de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras, favorece o ganho de peso. Precisamos incentivar o consumo de frutas, legumes, verduras e alimentos naturais”, explica.
Ela lembra que a família dá o exemplo dentro de casa, e a escola também tem papel essencial. “Além da alimentação equilibrada, é preciso manter horários regulares para as refeições, respeitar a saciedade e garantir uma boa hidratação”, completa.
Aspectos emocionais também exigem atenção
Além das questões físicas, a obesidade infantil pode provocar consequências emocionais sérias. A psicóloga Ana Karina Braga explica que, na infância, frustrações e dificuldades emocionais podem ser compensadas com a comida. “A criança ainda não tem recursos emocionais para lidar com certas situações, e pode desenvolver uma relação de dependência com o alimento”, afirma.
O julgamento social também agrava o quadro. “É preciso acolher essas crianças, sem rótulos ou críticas. O impacto emocional pode ser profundo, gerando insegurança, rejeição e tristeza, o que muitas vezes leva a um ciclo difícil de romper”, destaca.
A atuação conjunta entre profissionais de saúde, família e escola é essencial para garantir um tratamento eficaz, respeitoso e duradouro.
Com informações da Ascom/Ipesaude
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