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Pais fraudam inscrição e permitem que menino de 10 anos corra Maratona de Aracaju

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Pais fraudam inscrição e permitem que menino de 10 anos corra Maratona de Aracaju

O caso de um menino de 10 anos que percorreu os 42 quilômetros da Maratona de Aracaju, no último domingo (26), causou forte repercussão nas redes sociais e no meio esportivo. A criança completou o trajeto apresentando sinais de exaustão e dores intensas, e a organização da prova confirmou que a inscrição foi fraudada pelos pais para burlar as regras da competição.

De acordo com a Speed Produções e Eventos, responsável pela realização da maratona, o cadastro foi feito com data de nascimento falsa — 19 de janeiro de 1983, correspondente a um atleta de 42 anos. A alteração enganou o sistema eletrônico, permitindo que o menor participasse da prova como se fosse adulto. 

A Maratona de Aracaju contou com mais de 10 mil participantes e ofereceu diferentes percursos: 5 km, 10 km, 15 km, 21 km e 42 km, atraindo corredores de várias idades e níveis.

 Participação irregular

As normas da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) são claras: somente atletas com 18 anos ou mais podem competir em provas com percursos acima de 21 quilômetros. A organização afirmou em nota que repudia o episódio e que segue rigorosamente todas as regras da CBAt, negando qualquer tipo de conivência com a fraude. 

“Reforçamos que todas as nossas provas seguem integralmente as normas e regulamentos oficiais da CBAt, não havendo qualquer conivência com atos que violem essas diretrizes”, declarou a Speed Produções.

A empresa também explicou que a manipulação dos dados pessoais impediu o sistema de detectar a irregularidade durante a retirada do kit do atleta.

 Advertência ignorada durante a corrida

Durante o percurso, fiscais da Federação Sergipana de Atletismo (FSA) avistaram a presença da criança no quilômetro 14,5 e alertaram o pai de que a participação de menores não é permitida. Mesmo orientado, o homem decidiu seguir até o fim com o filho.

O menino foi registrado em outros três pontos de fiscalização e, ao cruzar a linha de chegada, acabou desclassificado oficialmente pela equipe de cronometragem.

Em entrevista à Rede Rio FM, o pai admitiu a fraude, confessando ter usado o próprio CPF e alterado a data de nascimento do filho para incluí-lo na competição. “Infelizmente eu não fiz da maneira correta. Se não ele não poderia participar, eu tive que colocar a data de nascimento dele alterada pra ele poder realizar o sonho dele”, confessa.

Reação e investigação

A Federação Sergipana de Atletismo afirmou que acompanha o caso em conjunto com a organização da maratona e reforçou seu compromisso com a ética e a integridade esportiva.

A situação gerou ampla repercussão entre atletas e internautas, que criticaram a atitude dos responsáveis e destacaram os riscos à saúde da criança.

O caso segue em análise pelas entidades organizadoras e pela federação estadual, que devem apurar eventuais sanções aos responsáveis pela fraude.


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