Corrida da Inclusão reúne famílias e promove conscientização sobre autismo em Itabaiana

Na manhã deste domingo (13), a Praça do Calçadão, em Itabaiana, foi palco da 1ª edição da Corrida da Inclusão, evento promovido pela Clínica Afetos com o objetivo de conscientizar a população sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e promover a inclusão social de crianças atípicas. A iniciativa integra o calendário do Abril Azul, mês dedicado à visibilidade do autismo.

A programação foi pensada para garantir acolhimento e conforto às famílias. Além da corrida simbólica, conduzida por uma educadora física, o evento contou com brinquedos diversos, espaço de recreação e lanches adaptados para atender à seletividade alimentar, comum entre pessoas autistas.

De acordo com a fonoaudióloga Caroline Almeida, uma das organizadoras da ação, a proposta vai além do esporte. “Queríamos proporcionar um momento de inclusão para famílias atípicas e não atípicas. Pensamos em cada detalhe: brinquedos variados, ambiente seguro, lanche adaptado. Um diagnóstico não define o futuro de uma criança — é preciso enxergar além disso”, afirmou.

Para Caroline Costa Rezende, mãe de uma criança autista de 10 anos, a iniciativa representa um avanço importante no caminho da inclusão. “Falta iniciativa da sociedade em promover espaços inclusivos de verdade. Aqui, encontrei um lugar acolhedor. Vejo meu filho feliz, confortável, interagindo com outras crianças típicas e atípicas. Isso é raro e valioso”, contou.

Ela também compartilhou os desafios diários enfrentados pelo filho em ambientes pouco preparados para acolher crianças com autismo.
“Meu filho chega triste da escola porque ninguém quer brincar com ele. A criança não nasce com olhar de julgamento, ela aprende com o meio. É por isso que eventos como esse são fundamentais: eles ensinam acolhimento desde cedo”, declarou.

A Clínica Afetos já planeja novas edições da Corrida da Inclusão em datas comemorativas, como o Dia das Mães e o Dia das Crianças, reafirmando o compromisso com a disseminação de informação e empatia. “Como terapeutas, acompanhamos de perto a luta dessas famílias. E a felicidade de uma mãe ao ver o filho incluído nos inspira a continuar. Inclusão se aprende — na escola, no parque, em casa. É assim que mudamos a realidade”, concluiu Caroline Almeida.